quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

carta desconcertante

o post anterior ficou enorme e mesmo assim eu não consegui sintetizar tudo o que eu ando pensando. decidi reescrever, porque um assunto assim, não poderia ser toscamente discutido.
até ante-ontem, eu não tava nem um pouquinho preocupada. eu não achava que as coisas tinham chegado nessas proporções. eu ainda tava chateada, mas nem pensei no que tu tarias pensando a essa altura do campeonato. coisas de gente egocêntrica.
e por causa de tanto egocentrismo meu, andei sentindo o peso dos meus atos.
eu não me arrependo das palavras cortantes que te lancei, nem da minha frieza habitual. só me arrependo, e como, de não ter dito no final, as palavrinhas mágicas: "mas tu sabes que tu sempre podes contar comigo, nos bons e maus momentos.". fui mal. e mau.
na verdade, faltou a parte "dos maus momentos". que eu ajudava quando tu tava fudido, sabe?
sei que me preocupo muito em julgar e apontar e tentar corrigir certas coisas ao invés de ME corrigir, porque afinal, eu mais do que ninguém sou ciente das coisas que eu faço e dos meus defeitos. ao invés de exigir tanto a famosa humildade, eu nem sequer lembrei de me redimir.
não sei a que ponto eu tô levando toda essa história. mas é que, eu não sei a que ponto tudo isso mudou certas concepções tuas. e por isso que preciso levar tudo muito à sério, porque foi algo muito sério, que precisa ser levado seriamente.
é a nossa amizade que tá em jogo. não por mim, mas por ti. dessa vez, eu, incrível e inexplicavelmente, não consegui prever teus atos e ler teus pensamentos.
eu não tentei nenhuma outra forma menos fria de comunicação, porque, como já disse, não sei o que tás pensando, nem se tás pensando.
só sei que eu preciso do meu amigo, e melhor amigo, de volta. desculpa por não cumprir a parte do trato que dizia que eu seria compreensiva; desculpa por "achar" e só "achar" o tempo todo; desculpa por ser tão estúpida e xiita; e, o pior: por não te ajudar quando tu mais precisaste, e ignorar a tua tristeza/revolta/seja lá o que for, por mero orgulho.
desculpa por não ser tua amiga, como tu serias meu amigo. por não ser completa, nem sólida, nem constante.
desculpa. em outras circustâncias, eu poderia passar tempos sem te ver, mas só de lembrar que eu talvez nunca mais fale contigo, me sinto sufocada.
e não é frescura, é medo. de perder o melhor amigo que eu já tive.
faz muito tempo que eu não falo o que deveria, e sim, só besteiras. desculpa por tudo isso.
desculpa por esse texto piegas. precisava dizer isso.
te amo.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

tempo pode até ser, mas relógio né relativo não.

eu costumo dividir a minha vida em antes e depois do relógio.

ninguém me parava na rua. sabe, não gosto de andar sozinha. porque aí, começo a me preocupar. é, se tem alguma coisa na minha cara, se meu cabelo tá bom, se o meu zíper não tá aberto, ou se as pessoas olham e veêm na minha cara de pateta quanta patetice tenho pra dar. aí fico me ajeitando toda. mas ninguém me reparava; e eu passava despercebida e quando chegava em casa, me olhava no espelho, só pra ter certeza mesmo de que não tinha nenhuma meleca na minha cara.
nunca gostei de perguntar coisas pros desconhecidos. não me sinto à vontade. e além do mais, existem pessoas más, que mentem, só pra te deixar de ser besta e aprender onde fica a almirante barroso. e também tem as patetas, que não sabem, te respondem como se soubessem e ainda por cima, te explicam detalhadamente, só pra ter certeza de que tu vais te perder. talvez elas sejam mais más que patetas.
não usava nada nos braços. no máximo umas pulseirinhas, vez ou outra. é que os meus braços são muito finos e, sabe, alguma coisa neles poderia acentuar toda essa palitez.
as horas? afinal, pra quê existem os relógios da big-ben? e aquele lá, no início da almirante que tem a propaganda da cerpa? dá até a temperatura ambiente! e os relógios distribuídos pelo colégio? será que só eu olho? e além do mais, quem nunca esticou o olho pra ver o relógio do outro?

e cara, não sabia que era tão inconveniente não ter relógio. descobri isso no dia do meu aniversário. as meninas fizeram vaquinha (!), só pra comprar um relógio pra mim. relógio, digital e ainda, azul. só pra eu não ter escolha de não usar. afinal, azul como todos sabem, se não a minha cor preferida, é a minha mais freqüente. aí passei a usar relógio todos os dias.
o relógio da carol quebrou. acredito que não tenha quebrado, na verdade, acho que foi mais por vingança. é, porque aí, ela passou a me perguntar as horas o tempo inteiro, de cinco em cinco minutos, que horas são, a gente já vai sair, quantos minutos faltam pra acabar, quantos minutos faltam pra começar, quanto tempo ele tá falando, blá, blá, blá. que coisa.
e eu já tinha relógio, não precisava mais ficar olhando pra todo canto, procurando horas. elas que me procuravam. e achavam.
passei a ser mais descontraída, mais jovial e despreocupada.
foi aí que as pessoas passaram a reparar. no meu cabelo, no meu zíper, na minha meleca. mas, principalmente, no meu relógio.
talvez o relógio seja um elo entre as pessoas. o objeto da socialização. ele por todos e todos por ele. e todos por quem tem um. eu que até então tinham receio de perguntar, descobri que outras pessoas não têm receio nenhum. e como são perguntadeiras! acho que as pessoas confiam mais nas pessoas de relógio: "vamos perguntar. não, não!! pra ele não. pergunta pr'aquela menina ali. a de relógio."
e é coisa séria isso. porque antes, não precisava dar informações que não sabia, por pura maldade ou bestice, ou os dois. agora, basta ficar cinco minutos na parada de ônibus: "você sabe se o Canudos passa por aqui? ah, sim, obrigada. à propósito, que horas são?"
acho que os outros pensam que os de relógio têm a sabedoria eterna. o controle não só do tempo, da vida, do bem, e do mal. são os esclarecidos, os auto-suficientes, os gênios, os elvis e madonnas, os alac unic, os guias espirituais, o cosmo, os nerds, os messias do novo Tempo.
bom, só sei que tá na hora de trocar o mostrador. tá todo arranhado, sabe?

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

vá, expanda-se!

ah, livre.
livre de muitas preoucupações, idéias sujas e desconfianças.
livre pra fazer o que eu quiser, começar do meu jeito e usar a faceta mais conveniente.
pra necessariamente arrebentar, independentemente fortificar e invariavelmente ser. ser de ser, de estar, de ir e vir não precisando estes últimos serem equivalentes. na verdade, mas ir do que vir.
presa ao tempo e livre dele pra fazer o que for. usá-lo só ao meu favor, seja ele mais meu, seja ele mais deles, portanto mais meu ainda.
livre das indagações, tiradas idiotas e urros débeis.
da língua chata, presa e incontestável.
livre deles. livre de mim.
livre do cansaço, do ócio, do cotidiano repetitivo. pra escolher sempre que quiser entre o marasmo e ritmo frenético da vida.
pra ir de encontro a mim, e só a mim, e a eles também. muito a mim e muito a eles, porque a mim, depende muito deles. depende quase que só deles. e quase que totalmente de mim mesma.
livre pra me ser.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

coisas

égua, tem tanta coisa pra falar.
tenho que dizer que eu me acho tão igual, mas tão diferente.
que eu entendo perfeitamente os problemas alheios porque parece que eu sempre já passei por toda aquela situação, refleti, re-refleti e cheguei a uma conclusão óbvia e racional.
que eu sou extremamente ansiosa, e não consigo esperar por nada. eu quero tudo e quero pra já, senão desisto logo, porque, sabe, talvez não seja aquilo que eu queria.
que eu queria que alguém falasse tudo o que eu penso de mim, gratuitamente.
que a minha tosse já dura um mês e tenho medo de estar com uma doença mortal.
que eu preciso, urgentemente, sair e me divertir, porque depois que a gente sai e se diverte, a gente fica dependente daquilo e não há nada para remediar esta situação, a não ser, uma nova diversão.
que eu queria que as certas coisas fossem mais acessíveis pra mim.
que o meu cabelo voltasse a ser como antes.
e que amanhã não tivesse o maldito espanhol.