domingo, 30 de dezembro de 2007

alívio pela metade

o tempo anda bom. espero-o sempre.
ah, como é bom, ver tudo o que se sonha, acordar sonhando e dormir planejando.
nada pode traduzir a euforia, a felicidade, o alívio, a vontade de gritar, de dançar, de sair correndo, de fazer tudo ao mesmo tempo.
uma mistura única e irracional, de chuva fresca e colorau.
fechar os olhos e escutar as batidas, pular e pisar na tampinha, dançar e esquecer tudo.
só falta acontecer mais uma vez, que aí, tornar-se-á completo, papai.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

eu quero dormir, pra acordar e gritar, pular, sair correndo, tomar banho de chuva, fazer rodinha e pintar a cara.
agonia que ninguém entende, pai, porquê?
dá um medo, um medo terrível, um frio na barriga, uma ardência nos olhos, uma dor no peito.
dá vontade de se isolar do mundo e de estar nele todo.
a dó é que não há, nem haverá consolo, se for e se não for.
então, deus, me deixe levar como bem entendo.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

ônibusterapia

o vento a bater na cara, bagunçando os cabelos, trazendo a poeira pra boca e levando embora o fardo que é pensar; trazendo a glória da sinestesia, dos cheiros e dos gostos deliciados pelo olhar de quem lê o cotidiano e, com ele se diverte.

os retratos móveis que retratam o alheio e o simples, e o trivial e o completo, feio mais belo, que mobilizam em cada piscada lenta - pra abrir e ver e fechar e imaginar -, a cada esquina vaga, a cada cão enrolado, a cada olhada no relógio.

a pilha é a vida e a música embala a freqüência da rotina. canta, encanta, manda e cansa, ó ritmo dos dias. contagiante, intinerante, pedante; impiedoso. é o roçar das costelas, as conversas sem propósito, a estação de rádio que fica no ar.

o suor que escorre, secado pela roupa dos outros, que (te) secam. é o sorriso no rosto, a indignação na testa ou a emoção dos olhos? é a insanidade do realismo, a complexismo do simples ou a desbanalização do ser? é vários, é tudo, é o todo, que é nada.

sábado, 15 de dezembro de 2007

a gente traz um desejo de alegria e de paz, e digo mais: a gente tem a honra de estar ao seu lado.

não sei porque, mas farei.
deu na telha, ora bolas.
não me agradeça, me engrandeça.
não me fale, fale.
é de coração, mesmo não sendo, bobinho.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

bobagem

o nada que se fez tudo
descompletou por completo
nada.

o tempo que voltou
ri das caras de espanto
que se repetem neste
maldito
eterno
ciclo.

a vontade que pertuba
faz-se surda,
mas nunca muda.

olhos de ontem
coração de hoje
e suspiro de amanhã.

a nostalgia embobece,
boba, boba,
pára de sonhar.

domingo, 2 de dezembro de 2007

orkuráculo

Sorte de hoje: Quem se apaixona por si mesmo não tem rivais.

às vezes eu esqueço meu ceticismo e, até acabo acreditando nessas coisas. principalmente porque elas vêm quando eu mais preciso. não dá pra não ficar triste quando os outros conseguem o que tu queres e, tu te achas impossibilitada de fazer o mesmo. dá medo de crer noa pensamentos populares e descobrir que são verdadeiros. não deveria ser pensamento negativo, mas é que, os outros... os outros! parecem tão despreocupados quanto capazes.