quinta-feira, 28 de setembro de 2006

ah, foda-se.

quarta-feira, 27 de setembro de 2006

égua, doido, realize...
não sei de mais nada!

é ou não é?
acho que não.
não mais.

talvez nunca tenha sido.

imaginação foda.

bloqueio cerebral a mil.

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

hoje a noite não tem luar...

...só um sorriso metálico.

mais um rosto perdido; diferente. esse reflete o sorriso.
apesar dos pesares, as amarguras da vida não conseguiram tirar o doce da sua boca hoje.
nem a musicalidade da vida; que vez ou outra, altera sua freqüência.
nem o andar ritmado na avenida.


ela não vai morrer, porque ela não morre nunca.
ela é fênix, que se renova a cada iminência de desespero.
depois ela sai voando.
às vezes ela me leva junto, às vezes ela vai só, mas sempre volta.
sabe como é, eu tenho medo de altura.

sábado, 23 de setembro de 2006

preso; só; e, alimentado pelo destino

por isso que não deveria ter falado nada. as pessoas entendem tudo errado. aliás, não entendem.
mas, sabe, quando eu gosto de alguém, eu tento ser mais sincera do que já sou. sincera não, transparente. porque, eu gosto de quando as pessoas que eu gosto sejam transparentes comigo. pra mim isso é demonstração de confiança. e eu confio naqueles que eu gosto.
só que... já vi que não dá certo. pode não ser o caso, mas tem gente, que, por mais que goste, não consegue aliviar as coisas más, só roubar as boas. as más não, as más são pra ti mesmo, guarda e te vira, dá teu jeito, não vem querer ofertar-lás pra mim.
eu gosto das coisas más tanto quanto das boas. elas, apesar de tudo, a diferenciação e os sentimentos que elas provocam que nos fazem humanos. e, eu sou mais humana do que qualquer um possa imaginar. sou como os outros, mas ninguém sabe. ou não quer saber.
é por isso que não divido. porque ninguém quer.
tenho problemas sim, dúvidas existenciais, choros incontidos e medo, assim como todos os outros. mas, e daí?
a verdade é que todos são muito egoístas e só sabem apontar os defeitos alheios (eu, assim? não, só aparentemente). depois, na hora do bate-e-rola, isso se transforma em compaixão. compaixão é feio demais. é por isso que não deveria ter falado nada.
não quero isso, quero sinceridade, e isso, tô muito longe de ter.
não sou dramática, sou realista.
só eu sei o que se passa na minha cabeça. só eu sei o que eu sinto.
só eu sou capaz de me explicar, ainda que tentem fazer isso por mim.

só não pensei que fosse capaz de fazer como os outros. porque quando eu ficava triste, era em ti que eu pensava pra me confortar.
agora não, quero mais é distância.
não, não é por raiva, é por experiência.
desculpa, não quis te atormentar com meus tormentos banais.
mas é que eles não são banais pra mim, e falta todo mundo entender isso.
eu te amo, mas esquece a parte que diz que tu tens que me confortar.
deixa que eu faço isso por mim mesma, sempre fiz.
não vai ser agora que vou morrer.
o meu problema?
o meu problema são vocês. se não fosse vocês eu não precisaria ficar me lamentando pelos cantos.
eu não faço isso pra chamar atenção. eu faço isso porque eu não a tenho, só isso.
ninguém sabe a metade dos problemas que eu venho enfrentando, então, por favor, não me peçam pra ser eu, pra ser forte e pra parar de reclamar de tudo.
porque vocês não sabem de nada.
vocês não entendem nada.
vocês não estão sofrendo os impactos das próprias ações.
não é tempestade em copo d'água. sou eu.
já pedi, não falem do que vocês não sabem.
do que vocês não sentem.
eu sei o que é, e eu posso sofrer do meu jeito.
sozinha e pronto.
não tô aqui pra incomodar ninguém.
é por isso que eu me tranco no banheiro e fico muda.
por isso que eu não choro em público.
porque não quero ser alvo de compaixão e crucificações.
eu já tenho meus problemas, não me arranjem mais.

terça-feira, 19 de setembro de 2006

Ensaio II - Da insegurança à dependência

Neorebeldia

A tecnologia nasceu do homem para o homem. A cria de pé dos seres pensantes veio para tornar-se escrava daqueles que a pariram, desvendando mistérios, quebrando tabus e redefinindo a idéia de conforto; todavia, uma mutação gênica, trouxe à tona um monstrinho que, por vezes, contradiz o objetivo inicial e faz dos seus pais de proveta, bonecos de trigo.
Parece-me que já não vivo mais sem o meu computador. A tela pálida, as letras salientes e o cheiro de silício acolhem os meus sentimentos, alimentam minha curiosidade e aumentam meu círculo social. Será? Ao pensar em alguns anos atrás, antes de ter qualquer tipo de dependência neocientífica, não recordo do três-em-um geométrico. Lembro sim, dos amigos para todas as horas que acolhiam meus sentimentos, da minha curiosidade saciada pelas informações recolhidas na biblioteca e das reuniões em lares amigos que reforçavam os laços de amizade.
Aconteceu: A criança cresceu, rebelou-se e devolveu com um tapa na cara. A verdade é que a prestação de serviços mecanizada mecanizou nossas vidas. Com a tecnologia a nosso favor, sofremos os contras de um mundo técnico-científico-informacional. A possibilidade de novas formas de contato entre pessoas defasou as antigas e aumentou o número de psicólogos.
Atrelada a minha maquinaria, esqueço a realidade e participo do mundo virtual que, hoje, é real. Tudo que necessito está ao alcance de um cômodo clique. Não falo, digito; não penso, absorvo; não sinto, crio símbolos. A Maria Teresa Fornaciari disse em “Tempo, tempo” que atualmente temos a possibilidade de vivermos cada vez mais, porém, vivemos cada vez menos. Discordo. Não vivemos faz tempo, apenas funcionamos.
Só nos restam duas opções: Ou rebatemos com o cinto, na tentativa de apaziguarmos os ânimos


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não tenho culpa. virei viciada. só penso mechendo os dedinhos agora.

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Ensaio

Ato Único

Pés descalços rumando em uma única direção. Emoções incontidas diante de uma causa maior. Rostos sofridos aparados pela benção. O espetáculo da fé começou.
Apenas algumas horas para a absolvição de todos os pecados e a prestação de contas com os céus; para a elevação das almas, leves em seus arrependimentos; para uma sólida demonstração de amor.
As ruas trasmutam-se em palco da representação do zelo; os anjos descem dos céus para ocuparem as arquibancadas e velarem pelos atores de coração; a Rainha dos Paraenses desce do altar para receber a proteção atuante de seu povo.
O sofrimento físico se perde em meio a conceitos para tornar-se somente devoção e fé naquela que conforta nos momentos de dor e pela qual a dor já não se mostra tão importante.
Nada é capaz de assumir tanto valor quanto a Mãe do povo que a acolheu. As divergências somem e transformam-se num bem comum: o amor.
Uma onda de humildade, compaixão e respeito que confundem-se em um único sentimento invade os corações fiéis, mostrando a perfeição da Criação, passível de erros, mas digna de perdão.
Os olhos Plácidos se voltam para o ponto brilhante na multidão. É ela, a fonte do amor e da fé que move o Pará, a Nossa Senhora de Nazaré.



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não, não quero virar católica só pra fazer isso.
será que dá pra convencer??

sábado, 16 de setembro de 2006

olhaí, a maria mijona!

cabelo indefinido;
sombrancelha rala;
um palmo de testa;
orelhas grandes e brilhantes;
sorriso amarelo e desalinhado;
peito pequeno;
costelas preponderantes;
e os protetores de rim;
mãos grandes e dedos finos;
veias salientes.

e não vem com esse papo de que é frescura que não é.

sexta-feira, 15 de setembro de 2006

sentimental

o quanto eu te falei que eu tinha mudado...
motivos eu nunca tive, pra ser assim.
você me falou, me ensinou... me falou do que foi pra você.
e agora eu não sei, quem é mais sentimental que eu.

de tanto eu te falar, eu subverti a razão e fiz dela um sentimento.
pra eu me perder no abismo que é sentir sem pensar em mais nada.

ele é mais sentimental que eu.
então fica bem, que eu sofro um pouco mais.

eu só aceito a condição de ter você só pra mim.
eu sei, não tá longe, mas deixa eu fingir que já chegou.

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Léxicon Décimo Primeiro

Falsidade: Ato ou efeito de falsear, não demonstrar a verdade; Fingir algo que não é verdadeiro. ANT sinceridade. Sorri: "Oi!"
Terrorismo: Utilizar da violência para impor vontades político-econômicas; Realizar atentados como uma forma de pressão. Aquilo que a hegemonia americana sofreu cinco anos atrás, mas ninguém esqueceu. Aquilo que sofremos todos os dias, de todas as formas (in)imagináveis, mas é impercebível. Lamento muito a destruição de um símbolo econômico. Lamento muito mais o massacre de inocentes fruto de uma política irracional e globalizada. Lamento não concordar com todos. Desculpem-me.
Discussão: Ato de discutir, conversar a respeito de algum assunto; expor opiniões; briga verbal, às vezes ofensiva ou não. Quando se discute é preciso ter bons argumentos. Ainda mais se a sua tese não coincidir com o habitual. Discutir sem argumentos além de irritante pra quem escuta, é doloroso pra quem é infundamentado.
Vitória: Conseqüencia de vencer, ganhar; Ter êxito. É o que nos resta ao expormos argumentos bem fundamentados.
Burrice: A não utilização da racionalidade; Transposição de atitudes ou idéias impensadas em viés da do que dita a razão; SIN/VAR irracionalidade, debilidade ANT inteligência. Estudar é um saco, mas é preciso. É um dos valores mais velhos e menos relevantes para os jovens de hoje. Não gostar de estudar, é fato. Não estudar, é burrice. Impedir os esclarecidos de estudar é, quase, um pedido de morte.
Ônibus: Meio de transporte urbano para uso coletivo, transportando em condições normais cerca 50 pessoas, e, em condições insalubres 85. SIN/VAR bonde, carroça férrica. Pior do que ir em pé, às sete da noite, hora do rush em Belém, é ir sentada do lado do corredor. Onde você senta sim, mas é empurrado do mesmo jeito, se obriga a, educadamente, levar o material dos felizardos que estão em pé, é impedido de acomodar-se do jeito que lhe convém, além de, ter de dar o ombro ao companheiro ao lado que, não resiste ao ventinho, e dorme.
Engarrafamento: Problema que acomete os grandes (ou não) centros urbanos em determinadas horas do dia; Pouca fluência no trânsito de veículos, por estes estarem em grande quantidade; Resultado de muitos carros e ônibus. Transferindo para a nossa realidade, sete da manhã, uma da tarde e sete da noite. Ou seja, os que eu saio de/para casa. Duas horas em meia em um ônibus, sem tomar banho, sentada no corredor, com uma sacola de frutas no colo é sacanagem.
Entroncamento: Objeto pouco estudado, ao que parece, seria um protótipo de feira livre, ecótone urbana e tragédia regional. Dizem que, de lá, sairia um túnel, contudo, nunca visto até os dias de hoje.
Menstruação: Descamação do endométrio, normalmente em um período de cinco a sete dias; Descarte do ovócito II, já invalidado; Pode vir acompanhada de sintomas que variam de indivíduo para indivíduo, sendo o mais freqüente, a TPM. Dor de cabeça, dor na coluna, dor na perna direita; sono, (maior) irritabilidade, inchaço abdominal, crises existencais. Duas horas em meia em um ônibus, sem tomar banho, sentada no corredor, com uma sacola de frutas no colo e menstruada é uma puta sacanagem.
Sorriso: Semi-circunferência realizada pelos lábios, podendo mostrar a dentição ou não; Forma de expressar um sentimento, seja ele, felicidade, satirismo, admiração, entre outros. Variações: sorriso amarelo, sorriso colgate, sorriso maroto. No caso, felicidade mútua de chegar em casa no mesmo dia em que se saiu dela.
Música: Seqüência de sons emitidos seguindo técnicas de harmonia e ritmo. A privada limpa o organismo, a música a alma.
Perfeição: Não ter defeitos; O melhor que pode ser obtido; Unânime; Indigno de erros. Ter um cabelo perfeito e ter que destruí-lo para ele voltar ao normal já é tristeza.
Colorau: Condimento de coloração vermelha utilizado para temperar alimentos; De odor e sabor bem acentuado. Até que colorau é gostoso, mas comer um bife vermelho é outra história. Com muita fome a gente come qualquer coisa, mas com muito colorau a gente joga tudo pro gato comer, morrer e parar de rasgar o saco de lixo.
Bis: Repetição de algo; Pedir de novo. SIN/VAR mais uma vez, novamente P. Ex. queremos ...! Guardar o bis pra uma ocasião especial é permitido, afinal, só tem uma caixa no armário. 11 de setembro, porquê não? Afinal, o Bush deveu e eu, também.

domingo, 10 de setembro de 2006

o mundo vai acabar e ela só quer dançar

mecher os pés, a cabeça e o pescoço. hum... verdade, isso ajuda demais.
fechar os olhos e sentir a música é coisa de drogado (i)lícito.
drogado sim, aquele que só faz drogas, só pensa em drogas e talvez, seja uma droga também.
na verdade, isso tudo é coisa de gente fraca. coisa de gente desprezível, que não tem em que se apoiar e acaba procurando essas drogas de meios.
fechar os olhos e esquecer é muito fácil.
mas... esquecer o quê?
alguns se viciam em farsas, que, nem sempre são farsas. às vezes de tanto serem farsas, viram fatos. às vezes não, mas... quem sabe?
elas viciam e elas consomem. e mudam tudo. podem até ensinar. podem até destruir o bom e trocar pelo mal.

terça-feira, 5 de setembro de 2006

sorri, e aí ela te sorri de volta

Comer muito é uma das piores coisas da vida, só tráz prejuízos. a curto e longo prazo. a curto prazo, dor de barriga, sono e preguiça de ir pro violão, muuitaa preguiça; a longo prazo, ter que esconder os botões da calça aberta em lugares públicos e encontrar pouco, ou nenhuma, comida no jantar, impossibilitando uma outra farta refeição. afinal,convenhamos... comer muito é uma das melhores coisas da vida.
pois então, comi muito no almoço. e deitei no sofá, e a calça já não fechava mais e, meus olhos, não abriam. dormi, pra variar. ah, o que é que tem, sair atrasada uma vez ou outra, duas vezes na semana, terças e quintas pras aulas de violão...
O sol de belém sim, é uma das piores coisas da vida. e, pior que isso, são os ônibus. cada ônibus velho aliado a um motorista e a um cobrador carrancudo e barrigudo e mal-humorado e essas coisas mais, formam várias daquelas que seriam "a pior coisa da vida". juntando tudo, temos as piores coisas da vida: o sol de quatro horas da tarde (e essa inversão térmica, argh!) e todos os ônibus belém-belém.
Na verdade eu nunca tinha visto alguém sorrir espontaneamente e durante tanto tempo. sabe, eu me vi nela. me vi, quando sento na janela do ônibus e ignoro todas essas frivolidades irritantes pra ver beleza nelas. aí, começo a sorrir. por dentro, até não caber mais em mim e se expandir pra minha boca.
Ela sorriu a viagem inteira. Sentou de frente pra paisagem, encostou o ombro esquerdo na parede do ônibus e riu de todas aquelas situações cotidianas que ninguém mais enxerga, porque já perderam o sabor de acontecer. mas não de serem analisadas minunciosamente.
Ela era... eu! não, bobinhos, claro que não. ela era ela, de carne e osso, muito mais carne que osso, portanto, eu não seria. de tanto me ver nela e observar suas (re)ações, me deu vontade de sorrir.
Sorrir é bom. contagia, embeleza, incentiva. taí, uma das melhores coisas da vida, que a gente esquece, desaprende e aprende de novo, na iminência de cada (re)descobrimento dessas coisinhas, simples, sabe, como aquele creme de abacate esquecido no congelador.

sexta-feira, 1 de setembro de 2006

valores, valores acima de tudo.
esse é o meu lema, que eu esqueci por um tempo.
um lema que uma pessoa me ensinou e que me fez lembrar hoje.
nunca se esquecer em meio às pessoas. e esquecer os valores? então, já se esqueceu.
somos feitos de valores, valores ambulantes, melhor dizendo.
melhor exemplo disso é ela.
que é instável, sensível, teimosa. e valorosa, como é valorosa.