domingo, 24 de fevereiro de 2008

recriação, que bosta

e ainda por cima, isso me soa como plágio.
que mané, inspiração!
unicidade! porra, nem era.

calvície cardíaca

foda-se, vou escrever abertamente dessa vez.
porra, pensei que seria mais fácil. aliás, pensei que não seria nem um pouco difícil. mas como sempre, nada ocorre como se arquitetou. as palavras fugiram, a mente vacilou, os olhos marejaram. mentira? mentira, tás a enganar a ti mesmo. pois é a mais pura verdade, quase indizível e, portanto, muito sincera. na hora não falei, falhei. agora recrio, duvido. não era pra ser, mas e se fosse? e se eu fosse, e se tu fosses e se nós fôssemos? fossa!? serão as altas horas filosóficas ou o medonho pesar? nem as músicas reflexivas, as conversas esclarecedoras ou os xingamentos ensaiados me restaram. eu preciso de todos, que não estão em mim. é ruim assim. e o pior, é que nunca havia sido. a raiva esfarrapada cedendo à dúvida existencial? mas que diabos, onde andam todos aqueles pêlos? diabos, venham tomar conta de mim. lhes dei tanto carinho e, agora, me renegam. esse marasmo me irrita, muito mais que o melodrama, pois é a agitação contida. só peço a contenção idiossincrática; a expansão instintiva. é só uma questão de tempo, sempre foi. o cabelo volta a crescer.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

(o)missão

bem que eu tentei. aliás, fiz mais que isso. falei, disfarcei, criei. não era mais uma mentira. não queria que fosse. talvez, acabará sendo.
era pra ser tudo, os anseios atendidos, as tardes compartilhadas, os sonhos escutados. mas jamais seria. no fundo, é bem verdade, tava ciente da enrascada.
preferi acreditar, e aceitar, permitir e (me) enganar.
bem que poderia. ir lá, fazer mais, todas aquelas coisas. é que não dá, não sou pra isso, talvez, tenham razão.
bobagem, essas coisas passam. depressa, por sinal, sendo egoísta. talvez, bem que seria bom, ser menos egoísta.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

carisma adquirido

engraçado como é bom conhecer pessoas novas. a tentativa de parecer bom o suficiente para vir a ser uma nova opção de amizade, enriquece. o vocabulário, as idéias, as ações. emagrece, enobrece. e, até, rejuvenesce. tira as rugas de preocupação, que cedem lugar a sorrisos convidativos. é interessante o esforço para sê-lo (interessante): quem mesmo não o é, acaba sendo. a vitória é cativar geral. válido é tentá-la.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

CARAAALHOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!
foda-se educação de merda!
pagação de pau e babação de ovo!
fui eu, caralho, que consegui, sou eu, caralho, quem vai conquistar mais pra vocês, pra mim!

sábado, 16 de fevereiro de 2008

caralho, que medo escroto é esse, deus do céu!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

sem penas, sem poemas

rir enquanto se pode
preparação ou despedida?

já sei o que quero e quero mais
espero o que me espera
espero.

optei pela mediocridade
e pela conquista.
pelo sonho, pela surpresa.

não deixo de imaginar
de pôr os pés no chão.

que seria bom, seria.
seria ótimo.
seria eu.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

sábado de sol

crianças. tinha esquecido como são irritantes. eu via aquelas passeando na rua, com seus ursinhos, suas babas e sapatos de plástico. mas não recordava que têm vozes agudas, pernas recém-descobertas e bateria eterna.
eu sei que faço barulho. coloco música alta, trago amigos que falam alto, rio alto. até canto a música alta do vizinho. meu apartamento não tem tapetes, não sei puxar a cadeira sem arrastar, danço o adultério no meio da sala. só que não corro no corredor, gritando, tampouco batendo nas portas alheias. durante horas.
terei que sair daqui a pouco. estudar gramática já não é prazeiroso por si só, com mal-humor então, prefiro ignorar as conseqüências. na hora em que abrir a porta, um gremlin vai entrar em alta velocidade e varar o janelão da sala. espero.
o que comem? dormem? não podem ser esquecidos bosque adentro? porquê no meu andar, porquê??
vou abrir a geladeira, fazer um guaraná, pegar o bono e colocar o adultério. bem alto, pra ver se elas aprendem algumas palavras novas. sentar-me calmamente no sofá e degustar. imaginar, e apenas isto, o pior. morram fedelhos!

gostosura

acordar com um novo dia, de grandes aspirações:
respirar a chuva renovadora, espirrar o pó molesto.
a dor na perna dá ânimo aos ossos trepidantes
e o banho frio estimula a efervescência dos neurônios.

não à rotina repugnante, às rugas e à apreensão vaga;
siim, sim, meu deus, ao cotidiano performático, às marcas de expressão e à compreensão plena.

é a mudança que chegou:
os olhares tortos, os comentários covardes, a inaceitabilidade
são sorrisos, acordos e trocas.

é a realidade dos sonhos
que não deixa mais
dormir.

ditar as próprias leis, sem dó e sem juízo:
preparar o olhar infantil, para falar velhamente.
as mãos doem e o sorriso vêm à boca:
o que se criou é o que está por vir.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

la chica

bom dia
olha as promessas que eu trouxe pra ti, menina
são pra dar sentido àquele dia
que passaste a viver por mim
eu me lembro, entre nós
sempre houve essa sintonia

e agora é só tu
que, mais quer, cantar

havia
mil motivos pr'eu não estar à (tua) frente
mas o nosso destino
foi escrito sob sonhos quaisquer
eu me lembro, em setembro,
reconheci uma criança.