segunda-feira, 29 de novembro de 2010

CALEM A BOCA, DOIDO

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

não consigo acreditar
na crueldade do destino
incrível a má sorte
o desejo consumido
sumido
consigo não acreditar
na inevitabilidade da derrota
nas palavras mortas
na vontade transcendente
consigo ainda acreditar
no que é meu

vem

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

te odeio portugal

quando:

sou intrusa no meu próprio quarto. são pessoas entrando, saindo, batendo a porta, sentando na minha cama, cantando raps e gritando nos meus ouvidos coisas que não me interessam. GLÓRIA DEUS, eles se foram. mas voltam.

o chuveiro não funciona (todo dia). a água quente queima minha pele, a água gelada congela minhas mãos. não existe meio termo. movimentos milimetricamente pensados e, enfim, a água quente acaba. tchau, sensibilidade.

o chão vira cabelo, a parede vira mofo, o céu vira mar, ar, vendaval, a terra, movediça.

as palavras são insignificantes. não importa o que é dito, várias vezes repetido, acompanhado de gestos e gráficos. eles simplesmente não entendem.

não consigo me desvencilhar de uma realidade mesquinha, de coros, coros, muitos coros sem voz.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

a little bit

vontade de sumir, de voltar, de sair e gritar. VOLTA, MUNDO.

continua

extremos. distância, saudade, muita gente, poucos amigos, euro, pobreza, línguas, atrofia, frio, calor, vontade, preguiça, dúvida, dádiva. cá estou, no lugar onde só a fome é eterna.

não sei o que dizer. depois de dois meses, o vazio ainda é constante. enriqueci de algum modo que desconheço. aprendi a posição dos países, a nacionalidade e as moedas correspondentes, acompanhei o outono, reclamei do calor e enlouqueci no frio. atrofiei meu cérebro e recuperei minha visão.

as grandes novidades são velhas descobertas. o feijão com caldo, o arroz escorrido, o cachorro com pinta nos olhos, a escrita desafiadora, as conversas com os velhos amigos, o amor dos grandes amores. a praia. a lajota gelada. a primeira sensação de chegar em casa é a lajota.

as grandes músicas e os grandes livros. e os filmes. esses levo muito grata ao desenvolvimento europeu.

as pessoas. deixo aqui, sem pesar.

as letras. quero conseguir levar. sou elas sem sentido nesse início de mundo.

sábado, 20 de novembro de 2010

que saudade da minha vida!
quero (re)fazer minhas amizades e tudo que tenho direito. ahh, um perdão pela minha negligência, que nem importa mais. queria fazer tudo valer a pena de novo. e abrir essa cabeça, tô cansada.