quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

fome fome
ronco ronco
cabeça dói dói
comida queijo feijão chocolate
dá dá

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

tem dias que só servem pra gastar roupa, acabar a comida da geladeira, colaborar com a televisão barata e enaltecer dores corporais.
coçando caspa, procurando filmes na sete, programas de calouros, aviõezinhos de dinheiro, restos do churrasco, carrapatos no akira.
horas, horas, dia que não passa, mosquitos que não passam, dor de cabeça que não passa.
ai, dia chato, infinito. sem saco pra nada, mais que o normal, pra preocupações tampouco para convites contentes.
ah, muitas reclamações, pouca disposição, então, é isso.

sábado, 3 de janeiro de 2009

f(l)ato

menino do céu. e essas gases? com ou sem cheiro, longas e curtas, sequenciadas, intermináveis, frequentes, ritmadas como a minha respiração, batidas ao contrário, essas expansões involuntárias (e fedidas) de mim, que não cessam! ó, e não há remédios, mandingas, rupturas com feijões, ovos e repolhos que as façam implodir. eu não as quero, aliás, quero, porque senão elas saem por aí, vagueiam por entre os quartos fechados, os narizes despreparados, os ventos a seu favor. se é de família, de convivência ou de conveniência já não sei, nem me importa, só o que porta. e o que porta, deus do céu, nem esse merece.

pelo ano de glórias e penúrias

o sonho real de cansaço e gratidão
as reclamações soberbas
a fadiga renovadora

foi o que eu quis, de tudo, de todos. porque já percebi que o árduo é o que vale, que o difícil é mais gostoso, que triste é não ter pelo quê chorar. obrigada a mim, aos que me têm laços de sangue e de afeto, e somente a nós que obramos pela nossa satisfação. mesmo sabendo que o que foi feito foi o de menos, foi a culhonésima parcela dessa gigantude o melhor é continuar sonhando realidade. afinal, se vive o que se sonha, o que se planta, o que se é, o real, o único e esperado e diante de todos que poucos veem.

por mais suor, dores de coluna
madrugadas a fio,
palavras fugazes.

por mais sonho,
e meu, líquido e vivaz,
penuriante, idiossincraticamente,
mesquinhamente, repetidamente,
não sei como mente, meu.
e mais, meu.