quarta-feira, 5 de agosto de 2009

seria o azar? a memória ou o ócio? a falta de ócio? do ócio improdutivo por vezes produtivo, da memória azarada? seria o medo do repeteco, do apocalipse? seria o repeteco do apocalipse? seria a falta de repetecos? seria o apocalíptico azar da improdução, da falta de perfeição? seria talvez falta de vida, mas não de ócio. seria talvez a vida repetida, o costumeiro apocalipse, desse azar cotidiano. mas não do cotidiano. sem fim.
me desejem melhoras

como sempre:

não mudou nada por aqui. só por a mim.
não sei se mais intimista ou se exibicionista contida
mas, fraca, cansada, chorona
mais forte, capaz e decidida
perdi o vício como se perdem todos
perdi quase todos e criei um novo vício pra mim
vai dor, vem vício
mais um cálculo imprevisto
mais uma vontade vazia
cheia de si e eu cheia de mim.

terça-feira, 3 de março de 2009

period

muitos sacos, muitos mantras, muitos pedidos a deus. eu sou o ser impaciente com mais paciência que já vi. ai, pessoas imbecis, folgadas, preguentas, se saiam de mim, se matem longe daqui.

pudera eu ser boazinha, abobalhada, burro de carga. o infinito que me perdoe a sua pequenez. eu sou a vítima, a coitada, a lutadora, quem sabe vencedora, a pagadora de pecados, de todos esse pedidos que te pedi, oh lord.

eu preciso desses longos períodos de tempo, de letras, de pausa. que é irritante, é verdade, que só servem pra serem longos e explicativos, cansativos, intolerantes e impacientes.

eu preciso de dor, morte e sangue, muito sangue pra lavar essa bondade infindável, que menina legal, otarinha, escreve rápido, traz o bolo, me coça, mas prá cá, rápido incompetente, ai, não bate, revoltada, ei, cuidado com iss.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

fome fome
ronco ronco
cabeça dói dói
comida queijo feijão chocolate
dá dá

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

tem dias que só servem pra gastar roupa, acabar a comida da geladeira, colaborar com a televisão barata e enaltecer dores corporais.
coçando caspa, procurando filmes na sete, programas de calouros, aviõezinhos de dinheiro, restos do churrasco, carrapatos no akira.
horas, horas, dia que não passa, mosquitos que não passam, dor de cabeça que não passa.
ai, dia chato, infinito. sem saco pra nada, mais que o normal, pra preocupações tampouco para convites contentes.
ah, muitas reclamações, pouca disposição, então, é isso.

sábado, 3 de janeiro de 2009

f(l)ato

menino do céu. e essas gases? com ou sem cheiro, longas e curtas, sequenciadas, intermináveis, frequentes, ritmadas como a minha respiração, batidas ao contrário, essas expansões involuntárias (e fedidas) de mim, que não cessam! ó, e não há remédios, mandingas, rupturas com feijões, ovos e repolhos que as façam implodir. eu não as quero, aliás, quero, porque senão elas saem por aí, vagueiam por entre os quartos fechados, os narizes despreparados, os ventos a seu favor. se é de família, de convivência ou de conveniência já não sei, nem me importa, só o que porta. e o que porta, deus do céu, nem esse merece.

pelo ano de glórias e penúrias

o sonho real de cansaço e gratidão
as reclamações soberbas
a fadiga renovadora

foi o que eu quis, de tudo, de todos. porque já percebi que o árduo é o que vale, que o difícil é mais gostoso, que triste é não ter pelo quê chorar. obrigada a mim, aos que me têm laços de sangue e de afeto, e somente a nós que obramos pela nossa satisfação. mesmo sabendo que o que foi feito foi o de menos, foi a culhonésima parcela dessa gigantude o melhor é continuar sonhando realidade. afinal, se vive o que se sonha, o que se planta, o que se é, o real, o único e esperado e diante de todos que poucos veem.

por mais suor, dores de coluna
madrugadas a fio,
palavras fugazes.

por mais sonho,
e meu, líquido e vivaz,
penuriante, idiossincraticamente,
mesquinhamente, repetidamente,
não sei como mente, meu.
e mais, meu.